terça-feira, março 29, 2011

Abril

Meu país de Abril,
Minha terra amarga com sabor a mel,
Onde penhasco é fraga e também alcantil,
E o Cão da Serra, o amigo mais fiel.
Meu mês de Abril, de esperanças mil,
Que em seu ventre gerou a revolução,
Quando um soldado, só ao Povo servil,
Ergueu a voz e num brado disse: - Não.
Águias e falcões sonharam no vento,
As leves andorinhas nos seus beirais,
Um novo querer, um novo pensamento,
Sem servos nem amos só homens iguais.
Ontem era a fantasia, hoje o desencanto,
Um pesadelo se fez o que era quimera.
Já não sei se canto, se choro o teu pranto,
Pois um frio inverno engoliu a primavera.
Quando se esperava um fulgente verão,
Que trouxesse o pão ao faminto Povo,
Mudaram os ventos e um gelado nevão
Pôs a nobre gente a mendigar de novo.
Homem da Serra



segunda-feira, março 28, 2011

A Bíblia em todo o seu esplendor: Jesus e a Samaritana


Evangelho segundo S. João 4,5-42.
Chegou, pois, a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, perto do terreno que Jacob tinha dado ao seu filho José. Ficava ali o poço de Jacob.
Então Jesus, cansado da caminhada, sentou-se, sem mais, na borda do poço. Era por volta do meio-dia.
Entretanto, chegou certa mulher samaritana para tirar água. Disse-lhe Jesus:
- Dá-me de beber.
Os seus discípulos tinham ido à cidade comprar alimentos.
Disse-lhe então a samaritana:
- Como é que Tu, sendo judeu, me pedes de beber a mim que sou samaritana?
 É que os judeus não se dão bem com os samaritanos.
Respondeu-lhe Jesus:
- Se conhecesses o dom que Deus tem para dar e quem é que te diz: 'dá-me de beber', tu é que lhe pedirias, e Ele havia de dar-te água viva!
Disse-lhe a mulher:
- Senhor, não tens sequer um balde e o poço é fundo... Onde consegues, então, a água viva? Porventura és mais do que o nosso patriarca Jacob, que nos deu este poço donde beberam ele, os seus filhos e os seus rebanhos?
Replicou-lhe Jesus:
- Todo aquele que bebe desta água voltará a ter sede; mas, quem beber da água que Eu lhe der, nunca mais terá sede: a água que Eu lhe der há-de tornar-se nele em fonte de água que dá a vida eterna.
Disse-lhe a mulher:
- Senhor, dá-me dessa água, para eu não ter sede, nem ter de vir cá tirá-la.
Respondeu-lhe Jesus:
- Vai, chama o teu marido e volta cá.
A mulher retorquiu-lhe:
- Eu não tenho marido.
 Declarou-lhe Jesus:
- Disseste bem: 'não tenho marido', pois tiveste cinco e o que tens agora não é teu marido. Nisto falaste verdade.
Disse-lhe a mulher: 
 - Senhor, vejo que és um profeta! Os nossos antepassados adoraram a Deus neste monte, e vós dizeis que o lugar onde se deve adorar está em Jerusalém.
Jesus declarou-lhe:
- Mulher, acredita em mim: chegou a hora em que, nem neste monte, nem em Jerusalém, haveis de adorar o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus. Mas chega a hora e é já em que os verdadeiros adoradores hão-de adorar o Pai em espírito e verdade, pois são assim os adoradores que o Pai pretende. Deus é espírito; por isso, os que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade.
Disse-lhe a mulher:
- Eu sei que o Messias, que é chamado Cristo, está para vir. Quando vier, há-de fazer-nos saber todas as coisas.
Jesus respondeu-lhe:
- Sou Eu, que estou a falar contigo.
Nisto chegaram os seus discípulos e ficaram admirados de Ele estar a falar com uma mulher. Mas nenhum perguntou: 'Que procuras?', ou: 'De que estás a falar com ela?'
Então a mulher deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àquela gente:
- Eia! Vinde ver um homem que me disse tudo o que eu fiz! Não será Ele o Messias?
Eles saíram da cidade e foram ter com Jesus.
Entretanto, os discípulos insistiam com Ele, dizendo: «Rabi, come.»
Mas Ele disse-lhes:
- Eu tenho um alimento para comer, que vós não conheceis.
Então os discípulos começaram a dizer entre si: «Será que alguém lhe trouxe de comer?»
Declarou-lhes Jesus:
- O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e consumar a sua obra. Não dizeis vós: 'Mais quatro meses e vem a ceifa'? Pois Eu digo-vos: Levantai os olhos e vede os campos que estão doirados para a ceifa. Já o ceifeiro recebe o seu salário e recolhe o fruto em ordem à vida eterna, de modo que se alegram ao mesmo tempo aquele que semeia e o que ceifa. Nisto, porém, é verdadeiro o ditado: 'um é o que semeia e outro o que ceifa'. Porque Eu enviei-vos a ceifar o que não trabalhastes; outros se cansaram a trabalhar, e vós ficastes com o proveito da sua fadiga.
Muitos samaritanos daquela cidade acreditaram nele devido às palavras da mulher, que testemunhava: 
- Ele disse-me tudo o que eu fiz.
Por isso, quando os samaritanos foram ter com Jesus, começaram a pedir-lhe que ficasse com eles.
E ficou lá dois dias. Então muitos mais acreditaram nele por causa da sua pregação, e diziam à mulher:
- Já não é pelas tuas palavras que acreditamos; nós próprios ouvimos e sabemos que Ele é verdadeiramente o Salvador do mundo.

quinta-feira, março 24, 2011

Medos na Aldeia 9

Almas do outro mundo...
Os gados eram recolhidos nos bardos, nos currais e nos palheiros, os últimos camponeses regressavam das tarefas campestres agora que o Inverno findava e os campos começavam a deixar-se trabalhar para as sementeiras e rebentação da Primavera: cavas, sachas, mondas, podas, lavras... lavar a roupa na Ribeira. Nas ruas, com a derradeira claridade da tarde que se finava, em sereno anoitecer, as Crianças brincavam e jogavam, até que o toque das Avé-Marias as metesse em casa, a rezar, em Família, muitas vezes quase "a deitar os bofes pela boca". O preceito havia que ser cumprido.
Por entre as telhas mouriscas das coberturas das casas saía o fumo das lareiras acesas com as vides e ramos das podas recentes, para a preparação das ceias, aquecimento e iluminação das cozinhas. A noite vinha caindo e, em breve, um escuro de breu havia de cobrir toda a povoação. Escuro de não se ver um palmo à frente do nariz. Depois... a pouca circulação nas ruas da Aldeia fazia-se tacteando o piso empedrado das ruas, adivinhando as esquinas e quase só por instinto e uma memória adquirida ao longo dos anos se caminhava, também com uma ou outra lanterna de azeite, candeeiro de petróleo, às vezes entre os rapazes uma ou outra lanterna de pilhas eléctricas. Ah! A electricidade. Lá se espreitava na Vila e em Aldeia do Bispo, deficiente qualidade, mesmo assim a valer mais que esta escuridão profunda e cheia de medos. Escuro nas ruas, escuro nas casas.
Pela hora da ceia já a escuridão era completa e os medos baixavam com ela.
Reunidos em volta da fogueira, refeição comida, o momento das conversas, a que muitas vezes se juntava a Ti Vicenta, a das "histórias do outro mundo".
Uma porta que rangia, "passos" num corredor que ninguém sabia explicar, um estrondo num forro de casa, o "gemer" de um barrote do telhado, de que se não estava à espera, um vulto que se conseguia vislumbrar na escuridão em que "nada" poderia ser visto, luzes a tremeluzir lá para os lados do cemitério, vozes e sons que não se sabia produzidos por quem nem por quê, palavras sempre palavras que a não terem explicação nos lobisomens nem nas bruxas - se é que havia explicação para estes, sempre mais "palpáveis" e "próximos"- então haviam de ser transferidos para a designação genérica de "almas do outro mundo". Sabia-se de quem tivesse tido com "elas" mesmo "contactos imediatos", de resultados mais que extra-terrestres. Tais histórias, sempre ouvidas com uma "certeza céptica", causavam respeito nos adultos e arrepios na espinha da garotada. Num mundo fechado e escuro  era melhor não arriscar: como nas bruxas, não se acreditava em almas do outro mundo, mas havê-las ... talvez houvesse.
Nem a opinião do António "Serraninho" desfazia a maior parte das dúvidas:
- Filhos, sempre que é preciso, ando por fora a qualquer hora da noite e nunca vi nada que não pudesse ser visto ou de que tivesse medo!
Mas, com aquela escuridão, como é que o Pai havia de poder ver TUDO?!
Talvez venha a propósito contar duas ou três histórias passadas no percurso entre as duas Aldeias vizinhas e que o Padre José Pedro, enquanto por aqui andou, quis que fossem "Aldeias Unidas", pelo menos no nome do jornal que fazia publicar, de dois em dois meses, ficando os cemitérios "velho" e  "novo" quase na berma da estrada que as une. Então vamos lá ver se conseguimos criar a "atmosfera" em que se vivia nos meados do século passado.
1. Era muito difícil que um rapaz da nossa Aldeia arranjasse namorada na de lá, pois a coisa podia "dar para o torto" e os Xendros não eram para brincadeiras. No entanto, lá se ia conseguindo um ou outro namorico, como aconteceu com o Tó Flor, que havia de acabar em casamento.
Ora numa noite mais escura que alcatrão, o nosso apaixonado, com o coração aos pulos, como sempre acontecia ao passar pelo cemitério, no regresso do namoro, com espanto, primeito, depois com verdadeiro susto, dá conta que das portas fechadas saíam chamas e clarões nunca antes  vistos. Afastando-se o mais possível para a berma contrária da estrada, "deu às de vila de Diogo", e só parou, a arfar e sem fala, entre os irmãos, na cama da modesta casa em que habitava, lá no Bairro de S. Miguel. E nem os carvões lá encontrados, à luz do dia, o conseguiram convencer de que não tivera um encontro com alguma coisa do outro mundo...
Motivo de risota, durante algum tempo, não se sabendo se a brincadeira esteve a cargo de algum Xendro despeitado - não creio nesta suposição, pois o resultado seria diferente... -  ou de algum "Cuco" amigo da brincadeira...
2. Em pleno Verão, após as ceifas, era famosa a colheita de trigo, no Vale Feitoso, lá para os lados de Penha Garcia. A única forma de o levar até à estação da Fatela - uns bons 50 kms. - para ser despachado em comboios de mercadorias, eram os carros de vacas e bois, lá pelo mês de Julho ... Agosto adiante. Entre os ganhões que entravam em tão espinhosa missão encontravam-se alguns desta Aldeia, que aproveitavam fazer as deslocações durante a noite, pela fresca, com os carros a levarem toda a carrada que os animais fossem capazes de deslocar. Um tormento, pois alguns tinham "mais olhos que barriga"... Não raro, ou eram os animais que não conseguiam ultrapassar as rampas da Fatela, cansados, já no fim de tão espinhosa jornada, ou era uma roda que já não aguentava mais. Enormes feitos de solidariedade aconteciam. Bons tempos, sob este aspecto!
De regresso, na noite seguinte, haviam de carregar os sacos de adubo com que as terras seriam fertilizadas, no Outono que lá vinha. Tempos bem difíceis para afugentar se ter algum dinheiro.
Dos vários itinerários possíveis, um atravessava a nossa Aldeia, pelo que o cemitério lhes ficava ali mesmo ao lado da estrada. De que se havia de lembrar um dos "Cucos"  para que a travessia fosse menos monótona e ganhasse alguma emoção? Embrulhado num lençol, em noites de luar,  quando os ganhões e o "carreto" iam passando no troço fronteiro ao "campo santo", vinha de lá  e ia pulando, estrada fora, de modo a causar algums "frisson" na caravana, até que desaparecia por entre o arvoredo. A situação repetia-se em cada noite e o "atrevido"  foi ganhando confiança até ficar bem perto dos que procuravam "ganhar o pão com o suor do seu rosto" e tinham pouca vontade para brincadeiras.
Ora numa dessas noites, um dos intervenientes, sorrateiramente, na "sombra" das vacas, foi-se aproximando "anda lá, Morena", "Ó Cereja, não tenhas medo" até que o "comediante" ficou ao alcance da vara com que cada ganhão conduzia a sua junta, na ponta da qual se encontrava um aguilhão de ferro bem afiado. Quando o "figurão" se pôs a jeito, o nosso António ferra-lhe a anca com força. O brincalhão deu um berro e desapareceu muito mais rapidamente do que aparecera. A situação ficou esclarecida, quando nos dias seguintes, o Zé Espanhol apareceu a coxear, nas ruas da Aldeia.
"Então eras tu?" ao que o brincalhão retorquiu "Então foste tu? Ferraste-me a anca com tal força que o sangue escorreu até ao calcanhar".
Durante muito tempo, o segredo ficou com os dois, selado num copo bebido ali na taberna do Ti Domingos.
3. Com a chegada da electricidade a Aldeia do Bispo, rapidamente apareceram por lá os primeiros cafés e a TV começou a estar ao alcance da nossa rapaziada, desde que se dispusessem a percorrer os 2 kms os "clientes" do objectivo.
Foi, pois, frequente, acontecer que os nossos jovens e adolescentes, em grupo, com Lua ou sem ela, fossem até AB para aprenderem a gostar de cerveja, quase sempre pouco fresca, e para tomarem contacto com um mundo novo que a televisão, ainda de má qualidade e com muitas interrupções, lhes vinha  pôr ao alcance. Foi assim que aproveitaram para ver, sem sectarismos, o Benfica ganhar duas taças europeias, ao Barcelona e ao Real Madrid.
Diga-se, pois,  que, sobretudo com bom tempo, a malta se habituou e estes passeios se tornaram frequentes. Durante 5 anos. A passagem pelo cemitério era obrigatória e de respeito e o silêncio prevalecia. Não fosse o alegre vozear daquela malta acordar quem estava a descansar...
Aconteceu que já o cemitério fora ultrapassado, a meia noite batera no relógio da torre quando, ali junto ao chafariz, sob as enormes faias que balizavam a estrada,  um se lembra de perguntar:
- Quantos anos terá o cemitério "novo"?
- É pá! 25, talvez. Mas a data está lá escrita...
As opiniões dividiam-se até que o Nando, dos mais novos, se oferece:
- Pronto! Para tira-teimas eu vou lá ver a data que está na porta. Agora mesmo!
- Não és capaz! E ainda te empresto a minha pilha. - diz um dos companheiros.
- E eu pago-te um pirolito! - garante o Jorge.
- Deixa ver a pilha. Que o pirolito já está ganho! - garantiu.
- Mas só mesmo para leres a data... - explicitou o da lanterna.
- Está prometido.
O Nando volta atrás e o resto do grupo, em manifesta falta de solidariedade, mas também para ver do que o rapazinho era capaz, seguiu para a Aldeia.
Frente à fonte, onde o grupo se  detivera para esperar o resultado, são apanhados pelo Nando, que nem se dera ao trabalho de vir em grande correria.
- A data que está lá escrita é... 1931!!! Tem 29 anos, portanto...
Na manhã seguinte ainda havia quem tivesse dúvidas e lá foram tirá-las.
O Nando ganhara o pirolito. E o Jorge, esá bem de ver, pagou.
Notas: "Erva cidreira" também é nossa, bem interpretada por um Rancho ribatejano; a foto é da colecção do FB de AJP, de José Luís Caria Santo. O texto narra situações escutadas ou vividas pelo autor, com personagens autênticas ou inventadas, com o tratamento que entendeu por bem dar-lhe.

sexta-feira, março 18, 2011

No dia do Pai


Poema para um "Ser especial"
O Enigma
Basta um minuto para fazer nascer...
Basta um olhar para se adorar...
Basta um gesto para se compreender...
Basta um sorriso para activar a esperança...
Basta um ouvir para determinar...
Bastam suas mãos para acariciar...
Basta um beijo para tudo acalmar...
Basta um "colinho" para suspirar...
Basta perceber para estar presente...
Basta um abraço para matar a saudade...
Basta acreditar para ser "Especial"...
Basta a dignidade para cantar Vitória...
Bastam três letras para se decifrar...
Basta um minuto para se saber o que é:
Ele é fado... é canção... é poema... é verdade...
é respeito... é inspiração...
 é humildade... é coragem...
Ele é simplesmente o sangue
que nos corre nas veias...
que transvaza num amor sublime...
Ele é única e simplesmente...
PAI!
Dedico este meu poema a todos os pais do Mundo
Maria de Fátima Iria
in "Jornal do Pinhal Novo" de 15mar2011 - Foto in Internet

quarta-feira, março 09, 2011

Quaresma: a caminho da Páscoa e da Ressurreição!

Quarta feira de Cinzas 1
"Memento homo, quia pulvis es, et in pulverem reverteris".
"Arrependei-vos e acreditai no Evangelho!
 Amén!"
Comentário ao Evangelho do dia feito por São Pedro Crisólogo (c. 406-450), Bispo de Ravena, Doutor da Igreja.
Sermão 8.
Os exercícios da Quaresma: a esmola, a oração, o jejum.
Meus irmãos, começamos, hoje, a grande viagem da Quaresma. Levemos, pois, no navio, todas as nossas provisões de alimento e bebida, colocando sobre elas a misericórdia abundante de que teremos necessidade. Porque o nosso jejum tem fome, o nosso jejum tem sede se não se alimentar de bondade, se não se dessedentar com misericórdia. O nosso jejum tem frio, o nosso jejum desfalece se o velo da esmola não o cobrir, se a capa da compaixão não o envolver.
Irmãos, a misericórdia está para o jejum como a Primavera está para os solos: o suave vento primaveril faz florescer todos os rebentos nas planícies; a misericórdia do jejum faz brotar todas as nossas sementes até à floração, fá-las encherem-se de frutos até à colheita celeste. A bondade está para o jejum como o óleo está para o candeeiro. Tal como a matéria gorda do óleo alimenta a luz do candeeiro e, com tão pouco alimento o faz brilhar para o conforto de toda a noite, assim a bondade faz o jejum resplandecer: lança raios até atingir o brilho pleno da continência. A esmola está para o jejum como o sol está para o dia: o esplendor do sol aumenta o brilho do dia, dissipa a obscuridade das nuvens; a esmola que acompanha o jejum santifica a santidade do mesmo e, graças à luz da bondade, remove dos nossos desejos tudo o que poderia ser mortífero. Em suma, a generosidade está para o jejum como o corpo está para a alma: quando a  alma se retira do corpo, traz-lhe a morte; se a generosidade se afastar do jejum, é a morte deste.