A Odete é uma querida Colega. Trabalhamos juntos, há muitos anos, na Escola Pública, antes, na Escola Privada, há 12 anos. Excelente profissional, tem todas as qualidades que a fizeram tão especialo junto destes Garotos que educa, instrui e forma, há 4 anos. Esta explicação ajuda a compreender o que vem a seguir.
Uma vez que o Quico, do mesmo grupo, também faz anos, no mesmo dia, sugeri que as festas, previstas fartas, fossem repartidas por dois dias. Ouviram, calaram e saíram. A Diana voltou, pouco depois, em nome de todos, "se eu autorizava... que festa só é festa mesmo no dia... blá...bla´..." "Ó Diana, as festas não são minhas, mas vossas. Nisso eu nada mando..."
Acabei também convidado. Não era esse o preço da negociação, mas tenho a sorte de os ter por Amigos!Com uma condição: era segredo. E eles sabem que aquela sala é o confessionário da Escola.
O ansiado dia chegou! A manhã estava um tanto nublada para esta Primavera que tarda em chegar. Mas sentia-se que andava qualquer coisa no ar. O brilho nos olhos dos alunos do 4º. ano, os cochichos, as entradas e saídas, a presença um pouco mais demorada de algumas Mães, solícitas e atentas, o pedido de dispensa do almoço geral, o grande arranjo de flores na mesa da Odete, o quadro - sim, nós ainda usamos quadro!!! uns atrasados para alunos tão brilhantes!!! -enfeitado com tanta arte e Amor, tudo dizia que ia ser um dia diferente. O caso também não era para menos. Também esta sua querida Amiga está de partida, como eles, e não mais estará na Escola a festejar o seu aniversário. Claro está que as actividades lectivas estavam um tanto "prejudicadas", se isto se pode dizer quando se está também muito interessado na construção de pessoas sábias, competentes para além do comum, mas também com um grande coração e um doce carácter aliado a forte vontade de escolher o melhor para si a para os outros.
A campainha ouviu-se por toda a Escola anunciando o intervalo e a hora do almoço. Do 4º. ano saem uns, entram outros, informa-se a Odete de que querem almoçar mais tarde para ninguém os perturbar no almoço comum. Passavam 40 minutos do meio-dia. Dera-se o jeito para reter a Professora na sala de aula e, quando chega ao refeitório, as portas estão fechadas. "Mas que é isto?" Bate à porta, espera. A grande sala abre-se. Os parabéns mais alegremente cantados que já ouvi, Mesas onde tudo de bom sobre elas abundava, sobretudo porque o Amor estivera presente. Mãe e pais, avós, alunos e amigos uniram-se para este momento. Beijos e abraços. Emoção muito forte e lágrimas teimosas corriam da cara desta querida Amiga. Que se misturaram com outras. Depois foi a satisfação da partilha de um almoço que era de todos para todos.
Querida Odete, querido 4º. ano, uma turma fantástica para uma professora fantástica. Um momento inolvidável em que tive a alegria de estar. Estou mais rico, todos nós estamos!
Então e o Quico? Não, não é a pedra da "sopa de pedra", para outra festa.
Acabou a da Odete?! Pois sim! Pelas 15 horas já estava outra em movimento, a do nosso Quico, tão educado, tão doce, tão meigo que, como a irmã e os primos todos que cá andaram, vai ser mais uma grande saudade. Para sempre.
Parabéns, Quico! Parabéns, Odete! Que Deus continue a abençoar-vos. Gosto muito de vós e nunca vos esquecerei! Obrigado!!!
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