terça-feira, outubro 18, 2011

Uma ponte de Esperança...

Decorria o ano de 2003, quando de S. Tomé chegou a Setúbal um apelo de socorro em favor das Crianças mais pobres, órfãs, maltratadas e abandonadas. A Cáritas diocesana de Setúbal agarrou a ideia e promoveu junto das pessoas mais próximas a ideia de era possível fazer alguma coisa boa e imediata. Passar das intenções à prática foi um passo e logo surgiram as primeiras dezenas  de “padrinhos” e “madrinhas” para apoiar quem precisava, ainda que lá bem longe.
  Em ligação com os serviços da Igreja Católica locais surgem “centros” de apoio na cidade de S. Tomé, nos Angolares, em Ribeira Afonso e nas Neves. Desde então lá foram e vão acolher-se os mais pobres de entre os pobres, em procura de ajuda traduzida em alimentação, vestuário, acolhimento e educação.
A fim de dão coesão ao grupo, com pessoas de Norte a sul de Portugal, a Cáritas convoca os membros deste “movimento” e reúne-os em festa de convívio, também com o fim de obter mais financiamentos a aplicar no bem estar das Crianças a quem devemos, em Justiça, uma melhor qualidade das suas vidas ainda tão curtas.
O local escolhido em 2011 não foi difícil de encontrar: a Casa Ermelinda Freitas colocou as suas magníficas instalações à disposição da Cáritas e para lá nos dirigimos. A festa e o encontro haviam de acontecer.
No passado sábado, a manhã quente, como todas as deste mês de Outubro, levou os participantes até ao simpático lugar de Fernando Pó… A Dr.ª Leonor – a Casa tem o nome de sua Mãe – iniciou a visita guiada pelas adegas, caves e lagares, para serem vistas e explicadas coisas que não imaginamos quando olhamos para as garrafas, no supermercado. Passeio cheio de interesse, bem como as explicações da anfitriã.
O encontro passou para o salão de festas, de cujo terraço se avista uma paisagem de sonho, vinhas e mais vinhas bem tratadas, folhas já nas tonalidades de um Outono que não quer chegar.
O almoço foi confecionado com orientação nas receitas do Chefe João Silva. Sinceramente, não fiquei “convencido”. A refeição era farta, mas faltavam ali os produtos, os sabores e os cheiros originais de S. Tomé e Príncipe. A mão e a presença do Mestre. E aconteceu toda a diferença.
Depois os testemunhos e as fotografias, dezenas e dezenas de Crianças, olhos cheios de esperança, que nos compete fazer crescer e alimentar. No corpo e na alma. Também o apelo para que se dinamize  o aparecimento de novos “padrinhos”,  já que as “desistências” somadas ao aparecimento de mais Crianças em risco tornam muito urgente esta missão.
Aconteceu, para encanto dos presentes, a passagem de modelos com trajes de S. Tomé e Príncipe. Um encanto que me deu a ver, com olhos bem abertos, o que não me dera conta nos cinco anos em que vivi nas Ilhas do meio do Mundo. Bem hajam as mulheres de S. Tomé, ali representadas pela associação MENON!
Alguns de nós desejam visitar aquela terra bendita, por mais uma vez. Outros sentem o forte apelo no que veem e no que ouvem. Assim, a discussão para organização de um passeio visita às Ilhas encantadas do Equador surgiu, naturalmente. Os preços da A. de Viagens até parecem razoáveis, mas também por aqui se vivem dias bem difíceis… Oxalá nasça luz!
O sol escondia-se lá bem atrás do castelo de Palmela e era tempo de cada um regressar a sua casa. Às palavras solidariedade e fraternidade há que continuar a dar sentido. Humanista. Cristão.
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3 comentários:

Anónimo disse...

Amigo António:

A palavra solidariedade está sempre ligada de algum modo à amizade fraterna entre os povos,independentemente da sua cor,raça ou religião.
Cabe a cada um individualmente abrir o seu coração e participar.
Tu, que viveste lá longe nessas terras africanas, saberás ,melhor que qualquer outro, avaliar a riqueza dessa vivência;por isso admiro a tua participação.Um abraço amigo

António Serrano disse...

Caro Anónimo,
Obrigado pelas suas palavras tão bonitas quanto imerecidas. Eu tento viver este princípio "TODOS os Homens são Irmãos". Dentro das minhas grandes limitações, procuro estar de acordo com o lema que transcrevi, sem distinção de "cor, raça ou religião". "Ama e faz o que quiseres..." no dizer de um Homem notável, Agostinho de Hipona, um Santo. Este princípio tão belo como difícil de cumprir, se praticado, mudaria a face da Terra. Que cada um faça o que puder.

Jorge Passos disse...

CARO AMIGO TÓ:

Por lapso não assinei o meu breve comentário e por dificuldade de envio tive que utilizar o meio "anónimo" tanto neste como no anterior;mas como me mereces a maior das considerações aqui está o anónimo que muito te estima.Jorge Passos