sexta-feira, agosto 29, 2008

Abril em flor!!!


A propósito de Baságueda…
O Inverno era longo e doloroso, no frio e na fome. As alegrias da Primavera continham a esperança do regresso do Sol e da “Festa de Flores”. Era por este nome, ouvido da boca da minha Mãe, que eu comecei a conhecer a Páscoa. À mistura com a esperança em dias melhores aí estavam as amêndoas, as “bicas” – não, não é a “italiana” nem a “cheia” - as “boas festas”. Era um desatino, nos cheiros, nas músicas, nas cores e nos sabores. Mas o melhor estava para vir. A Senhora do Incenso, com toalhas estendidas e deliciosas merendas, logo na 2 ª. Feira pascal. Duas semanas depois aí estava a Senhora do Bom Sucesso, ou da Baságueda, com cenário semelhante, com a paródia da passagem da Ribeira, normalmente cheia bastante para haver banhos fora de época, já que as muitas bestas, sim, burros de verdade, não se aguentavam nas canetas e… catrapum. Acudam! Acudam! Uma risada pegada. E, no regresso, os miúdos esperando, à beira do caminho, pela “rebatinha” das amêndoas – lá vai outra. Depois do pôr-do-sol um “morteiro” anunciava o regresso da Banda à Aldeia - e não garanto que todos tocassem a mesma música numa última “arruada” e acabou-se a folia. Contudo, era certo e sabido que, com maior ou menor dificuldade, à noite, todos dormiam em casa. Baságueda, é, pois, um local da freguesia de Penamacor, junto à fronteira com a Espanha, onde se celebra, ainda hoje, uma festa que junta mais Espanhóis que Portugueses, certamente para se vingarem de uma “pesada derrota” que, nos tempos de “agora atacais vós, depois atacamos nós”, lá devem ter sofrido. Do nosso lado é essa a convicção e daí a razão da capela e da romaria. Baságueda dá nome à festa e à Ribeira, afluente do Erges e nascida aí perto de vós, na Malcata. Mas de festas ainda não estamos conversados. Cinquenta e um dias depois era a Senhora da Póvoa, onde já fui a pé, em carro de bois, de mota e de automóvel, algumas vezes, não tantas quanto gostaria. Mas desta sabem muito mais os meus Amigos e “não vá o sapateiro além da chinela…” É a vossa vez de me falarem da maior romaria da Beira Baixa, que os meus Amigos da Idanha não me leiam, pois eles “têm a certeza” de que é a da Senhora do Almurtão. E lá se iam as Amizades e vinha “tchangotada” de “matar bicho” . Não, não esse “mata-bicho” de que falaram atrás… Este de que falo “faz mossa”. Embora com o “outro” também não se deva brincar, sobretudo que as multas já começam a “doer”… Por causa das dúvidas o nosso Zeca canta as duas numa só e linda canção. Não acreditava em bruxas …“mas havê-las há…” “Porque não te calas?” Calo, pois!!!

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