A Missa solene havia de ser às 11 horas. Segui atrás da banda, que me passou à porta, até á nossa pequena "catedral". Tantas recordações de um tempo que não mais voltará.
Quis o destino que, lá em cima, no "coro", ocupasse o lugar onde tantas vezes se sentara o meu Pai. Terça-feira. Este apego à celebração da festa no dia próprio revela fidelidade ao calendário litúrgico, mas dá motivo a que muitos não possam estar presentes. As férias já foram, as aulas estão aí e o resultado também: pouco mais de "meia casa"...
Mas voltemos à nossa festa: Missa cantada, presidida pelo nosso Pároco e homilia, bem a propósito, pelo Arcipreste, P. Manuel Toscano. A procissão por um percurso não habitual. Uma novidade para mim. Que daria problemas, com gente menos cordata. Mas tudo bem. A Banda tocava e o Povo cantava: "Nossa Senhora da Graça/ Padroeira desta Aldeia/ A velar pelos seus filhos/ Do inimigo defendei-a." "Nossa Senhora da Graça/ Este amado Povo teu/ Quer, ó Mãe, sempre amar-te cá na Terra/ Com Amor forte e leal/ Que perdura até ao Céu".
Pois. foguetes não houve. Cães para fugirem deles também quase não vi. Nem ouvi.
De tarde, com a Banda a tocar - e bem, com muitos jovens e até crianças - teve lugar o "ramo", onde se leiloaram os frutos da generosidade dos devotos de Nossa Senhora da Graça. Alguns bem apetitosos! E a chegarem a preços bem elevados. Também generosos os que os compraram.
A tarde ia escorrendo com o Sol a escapar-se lá para as bandas da Gardunha, quando ribombaram os primeiros trovões. Ao longe, relâmpagos e nuvens negras. Não demorou muito a cobrirem toda a Aldeia. De repente, a igreja volta a encher-se, como acontecera de manhã. A chuva aí estava. Com ela o cheiro da terra molhada, a primeira deste fim de Verão. Uma bênção para os campos ressequidos. Pelas cinco e meia da tarde, a festa acabara. Mesmo assim, a Banda ainda arranjou coragem para, ordenadamente, descer pela estrada, em direcção à sede, tocando mais uma das suas marchas. Um lindo som que não consigo esquecer.
Almocei com o meu Irmão.
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