Fui passando, dando conta dos meus estados de alma, relatando para a página o que vi, ouvi, saboreei, senti e cheirei ao longo de uma vida que já vai longa: angústias e alegrias, medos e fanfarronices, lazeres e trabalhos... Falei da minha vida, da minha Aldeia e da minha Beira, enfim, daquilo que amei ... mesmo que já não possa ver. Se lhe dei motivo para me revisitar, agradeço do coração o tempo que me concede.
sábado, fevereiro 11, 2012
À minha Mãe
À Minha Mãe
Sinto-te nas carícias da fresca aragem,
No ciciar das folhas verdes dos ulmeiros,
No grasnar dos ganso selvagens em viagem,
No saltitar leve das águas dos ribeiros.
Vivo-te no chilrear das alegres cotovias,
No gorjear melodioso do triste rouxinol,
Nas nuvens brancas que adoçam os quentes dias,
Nas manhãs de frio Inverno, na luz do sol.
Na claridade que anuncia a madrugada
E na imensa saudade das nuvens do poente…
Vejo-te a voltares, tão cansada, da tapada,
E eu, então menino, a correr à tua frente.
Sinto-te, hoje, quando juntos bebemos a dor.
E é neste momento de grande de provação,
Que te ouço sussurrar baixinho, com amor:
- Dorme, meu filho, que eu seguro a tua mão.
Algés, 11 de Janeiro de 2006
Nando
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2 comentários:
Ao fernando,a quem desconhecia os belos dotes poéticos,aqui vai o meu apreço e um caloroso abraço pelo este magnifico hino de glória .dedicado à vossa mãe.Parabéns.
Obrigado, Jorge!!!
Sempre Amigo presente.
Abraço nosso para vós também.
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