segunda-feira, maio 26, 2008

Segunda feira da sapateiro...

Esta língua pátria (porque não língua mátria? machismos?!) lança-nos na "eterna dúvida" (outra estória ou história bem divertida...)
"No tempo em que os animais falavam..." ou "quando Deus andava pelo mundo..." - assim começavam os contos/estórias/histórias que a minha avó materna me contava e com que me encantava - há muitos e muitos anos, os homens organizavam-se em corporações com seu estandarte, santo padroeiro e dia de festa, normalmente regada com copos de tinto, ou branco, ou verde, ou maduro (vinho, claro, ou escuro também se fosse tinto... esta língua pátria/mátria traiçoeira).
Assim os carpinteiros tinham o seu S. José, os Pescadores o seu S. Pedro... Só os Sapateiros não gozavam de um dia para festejar o seu Santo, o que lhes causava grande privação e/ou provação. Uma vergonha para a classe. Padroeiro tinham, S. Crispim, mas em que dia festejá-lo?As opiniões dividiam-se e apenas uma pista: a última referência certa conhecida, uma incerta segunda-feira. E se o ano tem 52 desses dias de começo de semana de trabalho! Uma fartura!!! Não ter nenhum para festejar ou ter tantos? A escolha foi fácil: se não há dia certo celebram-se as 52 segundas-feiras do ano.Uma festa pegada, a que só se sucederia o carnaval do Rio de Janeiro. Não, esta do carnaval não faz parte da história/estória. E daí para diante, os sapateiros prolongaram o fim de semana e, hoje, sempre que um de nós, e somos muitos, vai com preguiça para o trabalho, o que acontece quase sempre, com o corpo a puxar para a festa e/ou para o descanso, exclama:
- Oh! Sinto-me em "2ª. feira de sapateiro".
Isto desde o tempo em que os animais falavam, ou mesmo desde quando Deus andava pelo mundo...

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