Mas vamos a este dia propriamente dito. Juntámo-nos no jardim da beira-rio, em Setúbal. Instalámo-nos a bordo do "Évora" e fizemos um passeio pelo "Rio Azul", admirando a Serra da Arrábida e as suas praias - Albarquel, Figueirinha, Galapos, Galapinhos, Coelhos, Portinho... - e a bela e extensa Tróia, na margem esquerda, agora tão cosmopolita e tão diferente daquela que, há 40 ou 50 anos, era a "praia do povo"... O almoço decorreu no Restaurante "Gandum´s", numa linda quinta ali para os lados de S. Paulo. Bem escolhido. Decorreu sem muitos elogios nem protestos. Chegada a oportunidade, a Drª. Madalena, a alma grande destes projectos, deu as últimas notícias. As novas valências de acolhimento de crianças e adolescentes em S. João dos Angolares e em Ribeira Afonso. Também já funcionava o Centro de acolhimento, na vila das Neves, para cerca de 200 crianças, a cargo de uma educadora, 3 vigilantes e um guarda, com o encargo salarial mensal destas cinco pessoas no valor de 450 €uros. Repito: 450 €uros para CINCO pessoas. Sem direito a Sindicato nem a protestos! E com um clima danado... O salário mensal de um professor é de 93 €uros...Não dá para beber sequer uma cerveja por dia... Em frente! As crianças são recebidas, às 6h 45m e tomam a sua primeira refeição - 3 bolachas!!! Pelas 10 horas partilham as pobres merendas que levaram de casa. Ao meio-dia tomam a única refeição quente do dia, o que nem sempre é possível, dada a escassez de meios, depois do que regressam às suas "casas". Até ao dia seguinte!
Feitas as contas e no sentido de sensibilizar os "padrinhos" e "madrinhas" para um maior esforço financeiro foram apresentados os seguintes números: o encargo mensal por cada Criança e adolescente anda entre os 8,70 e os 12,50 €uros. Há religiosas que entregam os seus magros "vencimentos" de cerca de 50 €uros para as instituições em que trabalham. Os "padrinhos" que já excederam a procura estão agora com um deficit de 49. Cada um assumiu o compromisso de divulgar os projectos pelos meios ao seu alcance. Foi-nos dada a informação de que as importâncias subscritas por cada um de nós não vai à posse das famílias, mas é gerida pelas próprias casa, de modo a que chegue para responder às necessidades básicas de cada "afilhado": livros, vestuário, calçado, material escolar, alimentos, vacinas e outros medicamentos e até a prenda para o dia mais festivo das crianças do Arquipélago, que não é o Natal, mas o seu dia 1 de Junho. Lá, o "Dia Internacional da Criança" é feriado! E é o seu grande dia de festa e das prendas!!!
Ir a S. Tomé passear e ajudar? A ideia foi lançada e pode ser realidade daqui a um ano. Começámos logo a idealizar projectos, sobretudo nas áreas do Ensino e da Saúde. Também no apoio a uma escola de pesca. E até mesmo promover a instalação de uma salina. Vivi lá cinco anos e acho difícil. Seríamos nós "a inventa a pólvora". A razão desta ideia veio da notícia de que ainda, recentemente, teriam estado 3 meses sem sal. TRÊS MESES SEM SAL???!!!! Por acaso confirmei esta notícia no portal do governo santomense...
Falou-se dos muitos, muitos dólares que por lá têm passado; da indolência dos santomenses; do abandono das roças e dos mares, chegando a haver falta de produtos de primeira necessidade e até de peixe... pasme-se! Tantas e tantas histórias de pobreza e de desperdício!!! É mesmo preciso lançar pontes de Esperança. Estou a ajudar na sua construção. Voltaria lá com Alegria!!!! Talvez Deus me conceda tal graça já daqui a um ano!
Ora, abane lá esse K7!!!
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