sábado, novembro 14, 2009

Obrigado, Zé!

Meu Caro Zé,
Venho agradecer-te a maneira principesca com que me acolheste, mimaste, hoje. Que belas horas passei na tua companhia, aí por Santo André e Sines!!!
Como te disse, em meu desabono, mal conhecia essa linda zona do nosso Distrito. Apenas por aí passara duas ou três vezes, terão passado cerca de 25 anos.
Segui o itinerário que me indicaste. Gostei de atravessar uma boa parte do nosso Alentejo, onde os extensos sobreirais me fascinaram. Alguns deles bem tratados, com as terras lavradas, provavelmente para uma maior produtividade e defesa contra incêndios. De gente que entende que é preciso semear para colher, investir para receber. Já entre Grândola e Santiago me pareceu que o aspecto das árvores não era saudável, porventura em resultado da muita poluição atmosférica proveniente das indústrias instaladas nos arredores de Sines, anos atrás. O piso da estrada até Grândola está em defeciente estado, mas o percurso pelo IP8 merece elogios.
Encontrar-te, depois de tantos anos, quando foste Criança, lá em Penamacor foi uma vivência inesquecível. Passar aquelas horas na tua companhia, em contacto com a tua alegria de viver, foi um privilégio que muito te agradeço. Não merecia tanto, com sinceridade o digo.
As enguias - o ensopado e a caldeirada, que fartura!!! - estavam uma delícia. Não mais vou esquecer aquela encantadora localidade, Deixa o Resto, e a história bem engraçada que deu origem a tal designação. Mas nós não deixámos resto, não. Podem chamar-nos gulosos, mas seria um desperdício, quase um pecado. Em oposição tivemos de "sofrer" de gula...
Surpresa, surpresa foi a visita ao teu apartamento: quem diria que um solteirão pode ter uma casa tão bem arrumada e com tantas e tão boas recordações das tuas muitas viagens e aventuras por quase 50 países deste nosso Mundo?!
Aqui ficam os meus parabéns e a expressão da minha admiração. Que havia de repetir-se no apartamento de Sines, mais "despido", mas com aquela linda varanda e a soberba vista sobre o mar que aqui se pode apreciar.
A mota dos teus (e meus) encantos não podia ficar sem visita. Estupenda. Também na garagem há que ressaltar que tudo estava no seu lugar, revelando-se a arrumação como uma tua grande virtude. Ah! Meu maroto, a carrinha é que foi cá uma surpresa!!! És um verdadeiro artista, no sentido literal da palavra. Fico feliz, por ti. Mas há uma frase que não me vai esquecer e que me faz lembrar os olhos vivos e desafiadores da Criança que foi meu Aluno: "Entre ser rico e ser livre... escolhi a Liberdade". Só de ti, José Salgueiro Cunha de Almeida, eu poderia aprender mais esta. No fundo, é um caminho evangélico, pois também Jesus Cristo nos alerta para a prisão que o apego aos bens materiais constitui. No entanto, meu caro Amigo, posso dizer-te que há bens pelos quais vale a pena ser "anilhado". O Amor de uma Mulher, um deles, para exemplo...
O passeio que me ofereceste, por Sines e zona indústrial, com destaque para a enorme Empresa em que trabalhas, encheu-me de satisfação. Assim, com um cicerone tão cativante e bem-humorado, foi ver as horas a passarem, num instante. Ouvindo histórias e mais histórias de um Aventureiro generoso, um coração de oiro.
A hora da despedida chegou, com o escurecer. Fica-me na memória um gesto final que não sei como te agradecer: guiaste-me por aquelas ruas que eu nunca percorrera, chegando ao "cúmulo" de me conduzires até à estrada que havia de trazer-me a casa. Obrigado, caro Zé, meu Amigo.
Um dia destes será por aqui. Para minha enorme satisfação.
Abraça-te, com estima, aquele que te ensinou algumas coisas, quando eras Criança e a quem tu deste uma grande lição de vida e humanidade, no espaço de poucas horas.
O teu velho professor.

1 comentário:

Zé Morgas disse...

Olá Professor Serrano
Sabe o Sr. que tenho as costas largas, mas arcar com tamanha "adjectivação" de elogios, vai lá vai, como diz o alentejano.
O meu mais sentido e humilde obrigado.
Acabei de ler o trecho sobre a boleia que deu ao Ti António "Baratinho". Ri-me que nem um perdido, porque já fui vítima por duas vezes de um "despassarado" idêntico.
Ofereceu-me uma boleia do emprego para Santo André, ficámos mais um pouco à galhofa com os colegas que nos renderam ás 00 horas, partiram os autocarros de turno, serviço público de transportes nunca aqui passou, chegados ao exterior, lembra-se o meu amigo que tinha vindo no autocarro dos turnos e a viatura estava em Santo André. Restou-nos ir para a via rápida pedir boleia áquela hora da noite.
Por último permita-me uma pequena correcção. Tenciono visitar mais de 50 paises durante a vida, mas por hora ainda só vou em metade. Contando com as ilhas que já visitei, e os paises, dará um número a rondar os 40, como lhe disse em Deixa o Resto. Suiça e os Alpes é já em Junho próximo, de mota.
Aqui deixo também, a promessa que lhe retribuirei a visita assim que tenha uma folga.
Com um abraço amigo
Zé Morgas