sábado, maio 21, 2011

Ir, estar e voltar: um instante!

Estava uma tarde serena, quando aterrámos ali mesmo ao lado da bela cidade de Colónia. Lá de cima os nossos olhos encheram-se de VERDE e admiramo-nos com a ordenação das florestas alemãs, intervalando com campos cultivados, em que se destacavam, vimos depois já de perto, enormes searas de trigo e de cevada. Ora, pois, de novo, o bem querer nos levou ao Centro da Europa. Ver filhos e neto, matar as saudades deles e nossas, viver uns dias na intimidade daqueles que estão longe da nossa vista. Que não do coração.  Lá estavam os três, olhos brilhantes, sorriso nos lábios, calor nos corações que, por momentos, num abraço grande, bateram os cinco em uníssono. Depois, a caminho da sua casa, ainda o verde, sempre verde, com flores de todas as cores à mistura. É bem interessante a quantidade de árvores e arbustos que dão flor misturados na floresta que bordeja as estradas. Também junto das casas. E nas janelas, algumas bem lindas!
Tudo correu no melhor de quem se quer bem. O alvo maior de todos os mimos, o Tomás, sempre atento e disponível para a brincadeira e para nos dar e receber carinho. Com a Mãe. Com o Pai. Com os Avós.
O tempo era pouco e havia que aproveitá-lo. Como curiosidade maior desta nossa visita tenho de apontar a ida a um mercado numa das ruas da cidade de Bergheim: tendas estendidas pela rua fora, como se estivéramos numa das nossas vilas ou aldeias e ali se vendia de muito do que pode fazer falta em casa, com especial destaque para alimentos frescos recebidos da Europa do Sul e do Médio Oriente. Tal venda estava a cargo dos nossos amigos Turcos, que constituem uma das maiores comunidades de imigrantes no País da Senhora Merkel! No entanto, comi maçãs da... Nova Zelândia, uvas do... Chile e bananas da Colômbia... A Aldeia global. 
Outra grande curiosidade deste mercado de domingo é que vimos à venda muitos objectos em segunda mão, em bom estado e por bom preço, como que a dizer que os "ricos" não se podem dar ao luxo de desperdiçar...
Para nosso espanto, não sentimos frio nem chuva. Os recordes de falta de pluviosidade, na Alemanha estão mais que batidos, pois não há memória de uma Primavera tão seca. Com desgosto de "agricultor", vi searas enormes e lindas a serem "dobradas" pela sede. Que tragédia o Homem está preparando com a destruição da Natureza que em tão bom estado lhe foi entregue por Deus? O rio Reno fazia aflição com tão pouca água, a impedir a circulação normal de barcos e batelões tão úteis no transporte de mercadorias de e para o porto de Roterdão. Uma verdadeira calamidade, cujas consequências podem ser funestas para a alimentação dos Europeus... E de outros Povos que a Europa solidária não esquece.
Cinco dias é, realmente, muito pouco para o investimento que  fora feito e passaram num instante. Mas a minha agricultura, horta e jardim, não prescindiriam dos meus cuidados, não fosse a seca deitar tudo a perder. Felizmente, ao contrário do que está acontecendo na Alemanha, por aqui choveu. E bem!
O regresso aconteceu pela tentativa de o desdramatizar:  dois meses (e meio, "esquecemo-nos"!!!) passam num instante e Agosto vem já aí, para merecidas e desejadas férias no nosso Portugal.
Acordar na manhã. bem cedo, depois seguir o caminho do aeroporto. Quase uma hora de percurso, numa altura de intenso movimento. Depois... mais beijos, abraços, palavras doces, cheias de esperança.  A eles que gostaríamos de dizer? "Vinde connosco!" E eles bem desejavam exclamar "Fiquem mais uns dias!" Mas lá teve de ser o "adeus final". Passagem por segurança apertada e embarque depois da hora. Estes Alemães estão a decepcionar-me. Atraso que se recuperou na chegada quase em cima da hora a Lisboa.
O avião encurta distâncias e menos de três horas depois estávamos, de novo, em Terras de Santa Maria.
Notas:
1. Desgostou-nos a demora na entrega de bagagens, em Colónia-Bona, situação que nunca vivêramos.
2. Desgostou-nos também ver as bagagens maltratadas, na chegada a Lisboa, tudo "de pernas para o ar". Não havia necessidade. Até porque tal "acção" dificultou bastante a identificação dos volumes. Mesmo que não queiramos temos sempre de pensar "Já estamos em Portugal".
Vou protestar junto da ANA. Não, não é a minha prima...

3 comentários:

Jorge Passos disse...

Caro Tó:

A família em geral,mas os filhos e netos em especial,fazem parte de nós próprios e quando ,após algum tempo de separação,se juntam a alegria é indescretivel.Ainda bem que o teu Tomás e familia te proporcionaram belos momentos de felicidade e regressaste com saudades.É bom sinal.Um abraço.

Chanesco disse...

Meu Caro António

Embora não deixe comentário saiba que passo aqui mais ou menos regularmente, também via "baságueda", para ler o que escreve e aquilatar das sua memórias. Não sei se reparou, mas o link "palavras só palavras" há muito figura na listas de blogues vizinhos da "Arca Velha".

Um abraço

António Serrano disse...

Chanesco,
Fico grato pelas suas palavras que, vindas de quem sabe, me "obrigam" a melhorar bastante para tentar atingir o seu nível ou o dos meus vizinhos aqui de AB. Reparei no "link" que fez o favor de colocar no seu blog e "dirigido" a esta "casa", que lhe agradeço. Estou farto de dar voltas para saber como se faz esse trabalho - há uma data deles aqui da "vezinhança" que é obrigatório dar a conhecer - mas não sei como se faz e tenho de pedir ajuda.
Abraço cordial.