Vi-o, pessoalmente e pela última vez, faz agora 48 anos. Era manhã de São João
daquele ano distante de 1968 e o N/M "Império", um dos orgulhos da
nossa Marinha Mercante de então - hoje nem se imagina o que isso foi... -
atracara, na doca de Alcântara, depois da maravilhosa sensação de regressar a
casa, Tejo acima, a ver de Cascais até Lisboa, sob o lindo sol daquele dia do
Verão a começar.
Os abraços habituais com palmadas nas costas, "apareça que vou gostar de o ver, um beijo à sua mulher", "está
lá em baixo, no cais, já a vi com a Menina ao colo", "então, adeus!
E foi. Para sempre. Aqui tão perto...
Haviam sido dois anos de trabalhos na segurança e
na informação das transmissões das nossas forças armadas que, na prática,
terminaram ali. Ouviria falar muito dele nas televisões e nas rádios, ver a sua
imagens nas capas de jornais e revistas - não tão famoso como o foi a sua filha
Catarina.
Depois, um dia, há sempre esse dia, a noticia da
sua partida. Para sempre.
Descanse, em paz.
Hoje deu-me para ter saudades suas a daquela sua
maneira de ser Oficial que, entre a outras coisas, me "ganharam" 5
dias de "licença para noivar" (???) que, sem a sua coragem um tanto
irresponsável, me levou a "desertar" do Quartel do Morro para cinco
dias únicos da minha vida, na nossa vida.
-Vá, que eu entendo-me com o Capitão. E com o
Comandante, mas não vai ser preciso.
E não foi!
Obrigado, Eduardo!
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