quarta-feira, outubro 15, 2008

Nossa Senhora da Graça

4.O Crente.
Desde tempos imemoriais o dia 8 de Setembro é o nosso “feriado paroquial”. Dia que a Igreja Católica dedica à celebração da Natividade de Maria, para nós o "dia de Nossa Senhora da Graça". Honra nos seja feita, a devoção deste nosso Povo à Mãe de Jesus, neste dia 8, tem conseguido vencer o desejo “natural” de ganhar mais dinheiro à custa da sua festa, pelo que tal data se mantém intocável. Nunca se caíu na "tentação" de "empurrar" tão querida celebração para o mês de Agosto, mês de emigrantes e de mais gente em férias, ou "encostá-la" a um fim de semana. Foi assim também, neste ano. A igreja estava cheia, uma homilia de se lhe “tirar o chapéu", com o nosso Padre Moiteiro a apresentar-nos Maria como aquela que nos indica o caminho para seu Filho, Jesus. Um excelente momento de doutrinação cristológica. A procissão teve o sabor dos velhos tempos, mesmo na ausência dos foguetes que a Lei não permite. A Banda a tocar e o Povo a cantar: “Nossa Senhora da Graça/ Padroeira desta Aldeia/ A velar pelos seus filhos/ Do Inimigo defendei-a”./ Nossa Senhora da Graça/ Este amado Povo teu/ Quer, ó Mãe, sempre amar-te cá na Terra/ Com este amor forte e leal/ Que perdura até ao Céu”. Foi a minha mãe que, desde o colo, me ensinou a rezar. Foi a minha mãe que me ensinou também a cantar e, assim, louvar a Mãe do Céu. Matando saudades dum tempo que não mais voltará, cantei, de novo, nas ruas da minha Aldeia.
Educado desta maneira, sentindo desta maneira, vivendo desta maneira, não será de estranhar que o meu espírito se tivesse ensombrado com a “coincidência” de constar o facto das festas do 1º. Centenário da Banda se terem alongado, sem necessidade, em meu entender, por todo o dia 8. Vi pessoas no “ramo”, no adro da igreja; sei que havia pessoas no terreiro da antiga escola, onde decorriam as festas da “União”. Fiz e ouvi comentários de que “não havia necessidade…” Serei diferente dos outros? Talvez, mas “quem nasce torto… tarde ou nunca se endireita”. E a liberdade de expressão é do pouco que nos resta do "25 de Abril"... Por quanto tempo?
Para aliviar alguma decepção deste dia que vivi, proponho-lhes o “nosso rei", Roberto Carlos…

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